sábado, 1 de junho de 2013

NOSSO ADEUS AO DR. SIGMAIR (MAÍCA) - EX-SEMINARISTA E GRANDE CARDIOLOGISTA

Assim como o reitor padre Antônio Chamel, em 1963, chegou nervoso no ensaio do coral do seminário que estava ensaiando com o regente Cônego Naves, dizendo que o Presidende Kennedy dos Estados Unidos tinha acabado de ser assassinado, meu filho, Anibal, hoje, 01/06/2013, fez o mesmo enquanto eu ensaiava a música, Gracias a la vida, comentando que o Maíca [Dr. Sigmair] tinha morrido. Senti a mesma coisa, parei com o ensaio e me  retrocedi 50 anos no tempo. Embora eu não tenha convivido com o Maiquinha depois do tempo de seminário, de vez em quando a gente se esbarrava e ele, como de sempre, me dava aquela bronca por ter largado o desenho pela música. Segundo ele, e com muita razão, desenhistas são poucos e músicos existem muitos. Confesso que ele estava coberto de razão, o problema é que eu sempre me achei melhor na música.
Pois bem, ainda me lembro do prodígio que era o Maíca, muito inteligente, nos ensinava as dificuldades que tínhamos com o Latim e em outras matérias, também.
Em Recreio, nas férias, eu ia muito à sua casa na avenida Santa Isabel, era um casarão antigo e nele vivia a sua pequena família: sua mãe, Dona Eurides, seu irmão mais velho, José Darcy e ele, era uma família pequena e feliz. Eu me lembro ainda que quando saiu do seminário, o Maíca estudou sozinho em casa até altas horas da noite, porque não tinha dinheiro para fazer cursinho para o vestibular de medicina. Só sei que ele conseguiu passar na federal e se formou médico. No Rio de Janeiro fez o nome de grande cardiologista, salvou muitas vidas. Todavia, com a morte da mãe e depois, com a do irmão de maneira trágica em pleno banho, eu acredito que isso mexeu muito com a sua cabeça e assim, nosso grande cardiologista passou a ter problemas, os quais não quero comentar, que acabaram levando-o à morte prematura. Foi realmente uma grande perda para todos nós, mas o seu nome será sempre lembrado. Eu, por exemplo não o esquecerei jamais, o Maíca foi craque em tudo, até no futebol, ainda me lembro de um treino no seminário, no qual ele fraturou a perna, porque estava para fazer o gol quando o goleiro, sem querer, apoiou as duas pernas na dele. Até no violão, o Maiquinha arriscava uns acordes no Grêmio Literário Pio XII, era realmente fantástico, de modo que lamento muito esta grande perda. É a vida.

Anibal Werneck de Freitas.

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ORATIO AD SANCTO EXPEDITO