quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

SOBRE O TERCEIRO ENCONTRO QUE NÃO HOUVE

Conversando com o meu amigo Armando Sérgio (ex-seminarista dominicano), sobre o terceiro encontro dos ex-seminaristas de Leopoldina, que não aconteceu, chegamos à conclusão de que os dois que aconteceram, foram o suficiente para matar a saudade, por um bom tempo. Sendo assim, acreditamos que estes encontros não podem ser todos os anos, do contrário acabam virando rotina, cansativos e porque não, chatos. Os que aconteceram foram simplesmente naturais, portanto, precisamos dar um tempo, tem que ser de uma forma livre, para não virar obrigação. Sendo assim, devemos dar o tempo ao tempo e só ele nos dirá a ocasião certa para um novo encontro. Aí sim, a coisa vai funcionar numa boa.

anibal werneck de freitas.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O QUE ESTÁ ACONTECENDO NA IGREJA CATÓLICA? [Tiago de França da Silva]

Colaboração de Fernando da Cruz Pereira com um texto de Tiago de França da Silva, extraído do site, ADITAL, Notícias da América Latina e Caribe, do dia 03/12/2014.

Tiago de França da Silva
Adital


Introdução
Pediram-me uma palavra sobre a situação atual da Igreja Católica, considerando a caminhada do papa Francisco à frente da Igreja. Tal situação tem se mostrado complexa e exige discernimento e prudência para uma análise que não se deixe levar por visões apaixonadas. A paixão tira a visão e o discernimento reclama tranquilidade. Com este artigo queremos oferecer uma síntese a respeito do cenário eclesial atual. Esperamos contribuir com o esclarecimento da realidade, evitando toda e qualquer confusão. Esta parece ter tomado conta do mundo, assim como de muita gente na Igreja.
Como filhos que desejam o bem de sua mãe, coloco-me como aquele que se recusa a fechar os olhos para seus defeitos, com o objetivo de ajudá-la a ser aquilo que Deus quer: instrumento de salvação da humanidade. Cremos que a hora atual da Igreja é de um tempo de graça e salvação. Desde Roma, onde se encontram os túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo, dois grandes missionários da Igreja nascente, um profeta grita sobre os telhados.
Um profeta latino-americano que deseja a conversão da Igreja. Antes que este profeta seja chamado à presença de Deus, é necessário que a Igreja escute o que o Espírito está falando por meio dele. Quem o escuta? O que escuta? Onde escuta?... Seu nome é simplesmente Francisco, bispo da Igreja de Deus que está em Roma, pastor chamado para trabalhar pela unidade da Igreja que se faz presente em muitos lugares do mundo.
Quem o escuta?
Quando um profeta fala, os poderosos se sentem incomodados, juntamente com seus aliados. Isto acontece porque, desde os tempos bíblicos, os profetas não falam de si, nem para si, nem de suas próprias ideias. Não inventam nada, mas simplesmente transmitem a palavra de Deus. São portadores de uma palavra que não passa, mas que é eterna. Uma palavra que corta como espada de dois gumes. O corte desta palavra fere, esclarece, liberta. O corte da verdade da palavra se parece com o fogo que consume. Este fogo queima e destrói o que é contrário à vontade de Deus. Isto é inevitável. Não há força humana capaz de deter este fogo.
Na Igreja Católica há homens poderosos, desde os tempos em que a mesma se aliançou com os poderosos deste mundo. Quase não há mulheres poderosas porque a estas não foi dado participar do poder. O clero é obrigatoriamente masculino. As mulheres devem dar graças a Deus por não pertencerem ao clero, tal como está configurado até o momento.
Os homens de poder na Igreja, depois do papa, são os cardeais, com suas poderosas funções e postos; os senhores arcebispos e bispos, com suas Igrejas particulares, e os padres, com seus títulos e ofícios. Os diáconos, quer temporários, quer permanentes, praticamente não ocupam funções que possam lhes conferir poder na Igreja. São colaboradores da ordem presbiteral, como os padres o são da ordem episcopal. Na prática é assim.
Uma grande parcela destes cardeais, arcebispos, bispos e padres mantêm estreita relação com os poderosos deste mundo: com homens e mulheres do mundo da política e do empresariado, que representam instituições de poder secular. Os que não tem alianças com esta gente, fecham-se numa vida luxuosa, gozando da pomposidade e da bajulação.
Basta visitar ou tomar conhecimento do estilo de vida destes clérigos para ver de perto a situação escandalosa e corrupta que levam. Uma vez que não vivem a opção pelos pobres, mas pelos ricos, inevitavelmente, compartilham das inúmeras manias e falcatruas da gente rica que explora o povo de Deus. Estes clérigos podem até falar em pobreza, assim como da opção dos pobres, mas desconhecem o real conteúdo do que falam. São fariseus, que jogam pesados fardos nas costas do povo, mas eles mesmos se recusam a carregar tal fardo.
Nos púlpitos, muitos destes clérigos elogiam o papa Francisco, mas somente elogiam, pois não tem coragem de colocar em prática as orientações do seu magistério pontifício. Outros, porém, sequer fazem referência ao papa, com exceção da oração eucarística, na qual o papa é mencionado e em seu favor se reza. Estes clérigos estão insatisfeitos com o atual pontificado porque o papa está denunciando a corrupção na qual estão envolvidos.
Enquanto o papa trabalha, diuturnamente, por uma Igreja missionária, voltada para fora de si mesma; eles lutam para que ela continue na letargia, parada no tempo, ensimesmada. Para isto, agem como os mestres da lei e fariseus do tempo de Jesus: manipulam, esvaziam o evangelho, enganam o povo de Deus, camuflam a realidade com seus discursos e ações superficiais, investem em um cristianismo de mero louvor, desvinculado da realidade. Não passam de meros funcionários do templo que, após terem cumprido seus compromissos rituais, retornam para o conforto de suas casas, vivendo distantes do povo.
Entre os leigos também encontramos inúmeras pessoas que rejeitam a mensagem do papa Francisco. São os leigos conservadores, educados no magistério dos papas João Paulo II e Bento XVI, que se sentem frustrados porque o papa atual não se gloria da infalibilidade papal, mas se reconhece pecador como os demais cristãos; porque não retira os paramentos antigos do museu do Vaticano, cobertos de ouro e feitos de tecidos caríssimos; porque não defende a ultrapassada moral sexual da Igreja; porque insiste no tema da opção pelos pobres e na recepção da teologia da libertação na vida eclesial e porque se utiliza mais do remédio da misericórdia do que dos velhos e desnecessários anátemas de muitos de seus predecessores.
Estes leigos conservadores colocam a doutrina, o direito canônico, os costumes e as tradições acima do evangelho de Jesus. Escutam a proclamação do evangelho nas celebrações, mas optam pelas leis, costumes e tradições ultrapassadas. Estão se perguntando: "Meu Deus, como o colégio de cardeais elegeram este homem para ocupar a cadeira de Pedro?!...” Amam a figura histórica do papa, mas não gostam daquele que está ocupando-a.
No mundo secular, também os poderosos não estão gostando nem um pouco das palavras do papa Francisco. Acham-no exagerado e contaminado pelo marxismo. Não gostam quando escutam o papa condenar, veementemente, o capitalismo selvagem. Depois de décadas de pontificados marcados pela opulência, os ricos não compreendem um papa falar em opção pelos pobres e excluídos. Afirmam que a fala do bispo de Roma é puro comunismo, não evangelho. Na verdade, pensam assim porque não conhecem o evangelho. Dominados pelo espírito do capitalismo, ignoram o evangelho.
Muitos comparecem às celebrações, são mencionados pelos bispos e pelos padres, recebem cumprimentos e bênçãos, mas não se convertem. São iguais ao jovem rico, que até cumpria os mandamentos, mas se recusou a renunciar à riqueza para seguir Jesus. É muito difícil um rico renunciar a riqueza para seguir Jesus na pobreza. Os ricos tem medo do evangelho porque este é perigoso e ameaça a sua riqueza. Por isso, preferem "seguir” Jesus sem aceitar a mensagem do evangelho! Vivem mergulhados em um cristianismo sem futuro, ou seja, superficial e aparente.
Quem escuta os apelos dos profetas são os pobres e seus servidores. Somente a estes é possível a acolhida do apelo ao amor. Isto acontece porque são livres. Não vivem segundo a lógica do mundo, mas segundo a lógica do Reino de Deus. Inúmeras pessoas que não se enquadram nas categorias acima mencionadas, acreditam, esperam e trabalham por uma Igreja cada vez mais aberta, humana e verdadeiramente missionária.
Estas pessoas, leigos e clérigos, estão vibrando de alegria e se sentem edificadas com o testemunho profético do bispo de Roma. Na Igreja Católica, fazem parte dos movimentos e pastorais que agem segundo o evangelho de Jesus. Nos Seminários e Casas de formação, os seminaristas clericalistas não se identificam com o papa porque desejam o poder, querem ser padres-autoridades, não padres-missionários. Apesar de ainda não serem padres nem bispos, estes seminaristas possuem hábitos parecidos com muitos daqueles: comportam-se como se fossem homens do poder. Nas comunidades, se impõem sobre os católicos mais ingênuos, que facilmente se submetem.
Por outro lado, há os seminaristas mais identificados com a humildade e a simplicidade do povo, que se deixam formar pelos gestos e palavras dos pobres. Estes seminaristas estão muito contentes com o papa Francisco. O testemunho deste é estímulo para a caminhada na formação rumo ao ministério ordenado. No mundo secular, há inúmeras pessoas que mesmo não frequentando os templos religiosos, mesmo não sendo católicas, estão entusiasmadas com o papa, na esperança de que ele reforme a Igreja, sepultando de vez a cristandade que ainda insiste em sobreviver em alguns de seus segmentos.
O que escuta?
Os discursos, as homilias e os gestos do papa Francisco não reforçam o clericalismo que dominou a Igreja nas décadas que o precedeu e é isto que deixa seus opositores inconformados. O papa fala de misericórdia, perdão, partilha, solidariedade, acolhida, mansidão, hospitalidade, justiça, abertura, fraternidade, liberdade, fé, colegialidade, responsabilidade, consciência, evangelho, Reino de Deus etc.
Estas e tantas outras palavras que traduzem a mensagem de libertação anunciada por Jesus de Nazaré marcam o magistério do atual bispo de Roma. Corajosamente, tem denunciado as injustiças que acontecem no mundo. Tem denunciado também a incoerência da Igreja e a corrupção que insiste em permanecer em seu seio. Desse modo, tem agido na direção da reforma da Igreja, apesar das resistências que tem encontrado. Reforma que acontece lentamente, dentro dos limites impostos pelas circunstâncias e forças operantes.
Os que esperavam um papa no estilo de João Paulo II e Bento XVI se frustraram. O papa Francisco é genuinamente latino-americano e fiel às suas origens. Formado nas escolas dos pobres e dos jesuítas, permanece inabalável, convicto de sua missão. Sua firmeza e fidelidade à voz daquele que o chamou são admiráveis. Seu testemunho edifica a Igreja dos pobres e a promove na alegria do serviço apostólico.
Aos poucos, o evangelho de Jesus está reencontrando o seu devido lugar na Igreja: o centro da vida eclesial. As pessoas agora estão experimentando o anúncio da Boa Notícia do Reino de Deus. Nos dois papados anteriores, o evangelho era proclamado porque fazia parte do ritual das celebrações, mas não tinha a devida importância. Dava-se mais importância à moral sexual da Igreja, marcada pela condenação daquelas pessoas que não cumpriam a lei. Hoje, os católicos estão começando a compreender o SIM de Maria, mãe de Jesus, pois durante décadas escutaram o NÃO das proibições e condenações. Atualmente, aprende-se a ser um bom cristão porque não basta ser um bom católico.
Em nenhum momento o papa Francisco vangloria-se do ofício que exerce. Está consciente de que é, em primeiro lugar, o bispo de Roma, chamado a confirmar os irmãos e irmãs na fé. Não tem se cansado de chamar a atenção de cardeais, bispos e padres para a missão, para serem, de fato, missionários da palavra de Deus, e não autoridades que se utilizam do poder para explorar o povo de Deus.
O papa usa de expressões fortes e diretas. Quando necessário, se utiliza da necessária intervenção, demitindo e afastando bispos e padres que provocam escândalos. Na América Latina, um dos casos mais recentes foi o de dom Rogelio Livieres Plano, bispo do Opus Dei, afastado da diocese de Ciudad del Este, no Paraguai, acusado de proteger um padre acusado de pedofilia e pela falta de transparência no uso de dinheiro em sua diocese (possível desvio de dinheiro).
Os fracos e pecadores tem escutado uma palavra de conforto e de esperança. O bispo de Roma tem ido ao encontro dos sem vez e sem voz. Em Roma, acolhe e escuta gente de toda parte do mundo. Humilde, despojado e simpático, tem surpreendido a todos. Não se utiliza de um linguajar teologicamente complexo, como fazia seu predecessor ainda vivo. Não cansa as pessoas com abstrações, mas fala com simplicidade da realidade da vida. Sabe traduzir o evangelho e sua palavra chega ao coração dos aflitos.
Não tem medo de falar abertamente com quem quer que seja a respeito dos pecados da Igreja e dos temas considerados tabus pelos seus predecessores. Promove a abertura para o diálogo e sabe escutar o que o outro tem a dizer. Seus opositores ficam sem saber o que dizer, pois não encontram incoerência em suas palavras. A relação destes com o bispo de Roma é meramente diplomática e há certo respeito porque se trata do Sumo Pontífice, ofício bem explicitado pelo direito canônico; ofício que precisa ser rigorosamente revisto, considerando algumas contradições com o evangelho de Jesus. Com seus gestos e palavras esta revisão da missão pontifícia já está em curso.
Onde escuta?
Qual o lugar teológico e existencial da atuação da Igreja? Considerando a verdade eclesiológica de que a Igreja nasceu para evangelizar, esta evangelização acontece no mundo. Isto parece óbvio, mas na verdade, durante séculos a Igreja fugiu do mundo. Os que almejam a ressurreição da cristandade defendem o retorno de uma Igreja que se refugia noutro mundo, no das abstrações conceituais da fé, da esperança e da caridade.
Neste modelo ultrapassado de Igreja, estas três virtudes se encerram na mera afetividade, no campo das emoções. O estudo dos discursos e práticas religiosas dos que desejam a cristandade se alinham com a dimensão puramente emocional da fé, da esperança e da caridade. A realidade do mundo é excluída. Para os cristãos da cristandade, o mundo pertence ao maligno e a salvação se refere às almas.
Segundo eles, Jesus veio salvar as almas. Portanto, tudo o que é ligado ao corpo é pecaminoso, digno de condenação. No Brasil, basta escutar os padres Marcelo Rossi, Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti, Mons. Jonas Abib e Comunidade Canção Nova, entre outros. Estes clérigos e comunidades vivem uma espiritualidade sem evangelho, pautada na fuga do mundo.
O onde aponta, necessariamente, para o lugar que deve ocupar a Igreja no mundo. A pregação do papa Francisco ensina que a Igreja deve ser a advogada dos pobres, promotora da verdade e da liberdade, testemunha da justiça do Reino de Deus (cf. Documento de Aparecida). Precisa reencontrar o seu lugar. Na sua experiência primitiva, encontrava-se na periferia do império romano, sendo perseguida pelos inimigos da cruz de Cristo.
Durante todo o período medieval, ocupou o centro das cidades, com seus templos, mosteiros, conventos e instituições poderosas. Atualmente, o bispo de Roma lança o desafio do evangelho: voltar às origens. Este retorno às origens passa, necessariamente, pela experiência da pobreza, do desapego, portanto, da centralidade de evangelho. Neste sentido, os clérigos precisam fazer o que prometem nas ordenações diaconal, presbiteral e episcopal: serem, de fato, servidores do evangelho.
Isto somente é possível quando a Igreja assumir, afetiva e efetivamente, a pobreza evangélica. A partir daí, os pobres se identificarão com ela. Enquanto isto não acontecer, tudo não passará de discurso, de palavras jogadas ao evento. A proclamação do evangelho continuará não surtindo o efeito necessário porque tal proclamação está intimamente ligada ao testemunho dos pregadores.
Ninguém acredita em um pregador incoerente, e o ditado que se tornou popular que diz: "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, não produz efeito em uma comunidade genuinamente cristã. Trata-se de um ditado antievangélico. O evangelho nos ensina que a coerência entre o falar e o agir precisa ser buscada e mantida. Quando impera a incoerência, reina o contratestemunho, que destrói a comunidade.
É inadiável esta necessidade que interpela a Igreja: colocar-se do lado dos oprimidos numa clara oposição aqueles que os oprimem. Todo cristão fiel ao evangelho é chamado a atender a esta necessidade. No cotidiano da vida, opondo-se à mentira e a toda forma de exploração. Na hierarquia eclesiástica, aderindo-se à fraternidade e ao espírito de serviço. O povo clama por autênticos pastores, de mulheres e homens que sejam humildes servidores. As pessoas estão, progressivamente, tomando consciência de seu lugar na Igreja e no mundo, e isto as torna amadurecidas.
Não cabe mais na Igreja o tratamento imaturo e infantil que ainda persiste em relação aos leigos. Para que estes assumam a sua missão no mundo e na Igreja é necessário que sejam respeitados, formados e tratados como pessoas adultas na fé. Não há mais lugar para o infantilismo e clericalismo. O fato de bispos e padres terem formação teológica não os faz mais santos e mais sábios que os leigos. Para uma efetiva evangelização, todo espírito de superioridade precisa ser erradicado, dando lugar à fraternidade.
Os leigos não são servidores dos clérigos, mas precisa ocorrer, efetivamente, o contrário. O serviço do povo de Deus é a condição fundamental para o exercício dos ministérios na Igreja. Quem se recusa ao serviço, não deve assumir nenhuma espécie de ministério, pois se o fizer, será causa de escândalo para a comunidade. E todo escândalo precisa ser evitado, para o bem de todo o povo de Deus. O lugar da Igreja é no meio do povo, servindo-o com alegria, generosidade, verdade e liberdade.
Conclusão
A salvação da Igreja não é a salvação da instituição religiosa. Jesus não estava preocupado com a salvação do Judaísmo. O projeto divino contempla a salvação dos seres humanos e de toda a criação, não de instituições criadas pelos homens. Apesar de necessárias, as instituições podem e devem mudar, e quando não se aperfeiçoam no decorrer do tempo, em sintonia com a evolução de todas as coisas, correm o risco de desaparecerem.
O homem não cria coisas eternas, que ultrapassam o tempo e o espaço. Toda criação humana é semelhante ao homem: nasce, cresce, se desenvolve e morre. Todos precisamos nos reconciliar com esta realidade. Esta é imperativa e, consequentemente, inevitável. O possível desaparecimento das instituições religiosas não acarreta o desaparecimento do evangelho porque este não é religioso nem institui religião.
Partindo desta realidade necessariamente mutante, os cristãos precisam escutar os apelos do Espírito presente no mundo. Este Espírito renova todas as coisas na liberdade e para a liberdade. Somente nele os cristãos gozam da liberdade dos filhos e filhas de Deus. Como isto acontece no cotidiano da vida? Não acontece nos êxtases nem nas fugas do mundo, mas na praticidade humilde e despojada dos gestos humanos, realizados no amor. O Espírito conduz, necessariamente, à ação. Onde não há ação não há o Espírito. Este incomoda, desperta, liberta, coloca o peregrino nas estradas da vida, acompanha-o com sua luz e sua força.
Conduzidos por este Espírito, os cristãos não se acomodam nem se conformam ao mundo, mas ultrapassam a si mesmos na direção do outro. No encontro com este outro acontece a fraternidade, dom da graça divina, doada por meio do Espírito. Evitar o outro e querer ser fraterno é uma gravíssima contradição. Não há cristianismo possível sem o outro porque nele Deus revela a sua bondade e misericórdia. Não há outra forma possível de se amar a Deus senão amando o próximo.
Na prática religiosa de nossas comunidades, geralmente, os pobres e as pessoas consideradas "pecadores públicas” são excluídas. Os pastores dão mais atenção às pessoas de "boa aparência” e de condição financeira elevada. Insiste-se na acolhida dos ricos em detrimento dos pobres. Os denominados "católicos praticantes” se sentem mais santos do que os demais seres humanos, principalmente em relação aos que não frequentam o culto e/ou os que não possuem nenhuma prática religiosa. Por isso, habituaram-se a julgar e condenar os estranhos, os afastados, os "relaxados” e todos aqueles que se encontram em situação irregular em relação às leis da Igreja.
Por que esta hipocrisia persiste, mesmo o evangelho dizendo que precisa acontecer justamente o contrário? A resposta é simples: persiste porque estes "católicos praticantes” procuram cumprir a lei, mas não o evangelho. Este não lhes interessa, e não lhes interessa porque é exigente e radical. O evangelho ensina que não há meio termo. Não se admite o amor incompleto às pessoas, ou seja, não se ama mais ou menos. Quem ama permanece com Jesus, unindo-se ao Pai no Espírito. Quem não ama, por mais religioso que seja, não permanece com Jesus e está excluído do Reino de Deus por livre e espontânea vontade. O amor a Deus na pessoa do próximo é a condição essencial para participação no Reino de Deus.
Todas as práticas religiosas podem ser dispensadas, exceto o amor, pois é imprescindível. Jamais haverá renovação do cristianismo se cada cristão não se entregar, incondicionalmente, ao amor. Portanto, o que está em jogo no cenário eclesial atual não é a salvação da Igreja institucional, mas o anúncio do evangelho de Jesus, e este anúncio exige a conversão de nossa vida. Sem colocar-se no caminho de Jesus o cristão não anuncia absolutamente nada. Sem seguimento de Jesus não há anúncio porque este acontece no caminho de Jesus.
Caso esta realidade necessária não seja compreendida e devidamente assimilada com a vida, a Igreja continuará remando nas águas do mar da vida, mas sem chegar a lugar nenhum. O Espírito está trabalhando, diuturna e discretamente, na vida da Igreja e do mundo. É chegada a hora de cada cristão renunciar a seus interesses pessoais e corporativistas para acolher a presença amorosa e transformadora de Deus por meio de seu Espírito, a fim de que o Reino de Deus aconteça.
Deus nos envia os profetas e estes proclamam novos tempos. Por que não os escutamos? Até quando continuaremos dando preferência ao jugo da escravidão? O que nos impede de sermos livres? "É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1). A Igreja precisa de cristãos livres, pois somente na liberdade podem colaborar com a reforma da Igreja-povo de Deus, assembleia dos chamados à participação na glória divina. Quando as pessoas não buscam ser livres, toda aspiração por conversão e reformas se frustra. A transformação acontece quando ousamos experimentar o novo que implica riscos. Quem se deixa controlar pelo medo perde a feliz oportunidade da conversão.
Desde Belo Horizonte – MG, 19/11/14.

Tiago de França da Silva

Estudou Filosofia e Teologia, cursa Direito pela Escola Superior Dom Helder Câmara, autor do blogue http://tiagodefranca.blogspot.com

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

OLÉ! EL CHAVO DEL OCHO! [Tucanlino - 2014]


Seria muito injusto da minha parte se eu deixasse passar em branco a morte de Roberto Gomez Bolaños, aos 85 anos, no dia 28 de novembro de 2014. 
Nascido na Cidade do México, em 21 de fevereiro de 1929, Bolaños pode ser considerado um Chaplin latino americano ao lado do grande comediante, também mexicano, Mário Moreno Cantinflas.
Chaves e Chapolin, dois nomes que não me deixaram crescer, porque com eles, sempre fui e serei uma eterna criança. 
Sendo assim, como eu também tenho os meus personagens, conhecidos por um número considerável de pessoas, resolvi homenagear Bolaños com um deles, o Tucanlino, transformado em Chaves, junto ao famoso barril, brincando com a sua inseparável latinha. 
Concluindo, quero dizer que Bolaños não morreu. Pra mim ele está encantado nas suas criações. 
OLÉ! EL CHAVO DEL OCHO!

anibal werneck de freitas.

O PAPA PAPO [Tucanlino - 2014]


Francisco I está no caminho certo de um trabalho importante que vem fazendo, ou seja, dialogando com todos os seguimentos sociais que existem no mundo. O diálogo é fundamental para o bom entendimento entre as partes. E é isso que ele vem fazendo, atendendo a todos e se aproximando, também, dos mais arredios. Não vou me assustar se ele um dia aproximar-se dos líderes mais radicais do islamismo para um bate papo amistoso. O nosso papa descobriu que o diálogo está faltando muito entre os povos. Sendo assim, tenho que tirar o chapéu para Francisco I. Pra ele, o lugar do Papa não é no Vaticano.
Ele é o Papa Papo.

anibal werneck de freitas.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A CATEDRAL E O MONSENHOR

A Catedral se São Sebastião da Diocese de Leopoldina é uma das mais bonitas da Zona da Mata. Vale a pena admirar suas linhas arquitetônicas. Quando vejo uma foto deste monumental templo religioso, a figura do saudoso Monsenhor Naves, cantando e tocando órgão, me vem à cabeça como uma recordação que jamais esquecerei.

anibal.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

MENSAGEM AOS EX-SEMINARISTAS [Cordeirojorge & Eduardo Henriques]




A GENTE  ÀS VEZES JÁ NÃO PODE E NEM CONSEGUE SER A GENTE
Pois é, pessoal, o nosso Encontro desse ano não conseguimos realizar. Fica uma ponta de frustração e um vazio.
A gente, não mais consegue ser a gente. O tempo passou, nossos caminhos foram longos e fortuitos.
A velhice nos torna dependentes de nós mesmos e de nossos amigos, familiares e de nossas vidas que construímos durante esse longo tempo. Não conseguimos mais ter uma vida própria, nem que seja por um dia ou dois.
Os compromissos se avolumam através de nossa própria consciência ou inconsciência e chegamos aonde estamos, e o presente se adianta e nos convoca a preterir um passado. Passado esse que se perde à medida que nos esquecemos verdadeiramente dele.
Alie-se a isso nossa própria fragilidade física e emocional. Doenças nossas, de nossos familiares e amigos que nos impedem de estarmos presentes. E ainda o casamento da filha de nosso sobrinho, o batizado do filho do amigo do filho... E isso nos prende a esse elo do qual não podemos nos desvencilhar nem que seja por um dia ou dois por ano.
Mas o Seminário está lá. Incólume. Mesmo se o nosso refeitório, camas e corredor já não mais existissem. Mas ainda existem. E nos chama sempre ao recôndito de suas lembranças. Onde passávamos alegres para a capela pra oração da manhã ou do último recreio após o jantar e recolhermos às nossas caminhas com o armário do lado. Tudo está lá, mesmo se não estivesse fisicamente.
Hoje não temos tempo prá nós mesmos e as lembranças são quimeras. Muitos de nós, que não compareceram em nenhum dos encontros, parecem preferir que fique assim, uma foto não tirada que permanecerá eternamente pendurada na sala de nosso coração. Uma sala vazia, povoada somente com nossos olhos.
Respeitamos e compreendemos, mas lamentamos.
Padre Chamel na altura de seus oitenta e tantos anos, com todos seus compromissos e pseuda-fragilidade esperou todos esses anos para que reunisse seus meninos e tudo que propusemos de data, de trabalho, de local,   de organização do encontro foi o mais entusiasta e sempre arranja um tempo para ver e estar com os seus meninos.
Onde foi parar nossa vontade própria ou a falta dela?
Como disse, é tudo muito natural e compreensível; que as intempéries da vida nos impeça de estarmos presentes. Cada um, TENHO A CERTEZA, gostaria de estar lá, ou aqui, ou em qualquer lugar onde estivéssemos todos.
Me veio à mente uma canção do Chico Buarque)RODA VIVA) que talvez resuma em versos tudo isso que eu disse aí em cima.

Cordeirojorge.

Roda Viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir

Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou

A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou

No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

Ano que vem, se o mundo não estancar de repente
Se nosso destino não for carregado prá lá
Se nosso barco resistir à corrente
Se nossa roseira não for desfolhada
Se nos deixarem fazer a serenata
Se não calarem a nossa viola
Se a brisa primeira não levar nossa ilusão
Estaremos o ano que vem tentando de novo
Nos reunirmos de coração e presença para
Mais um Grande Encontro
Abraços a todos
                                                     Eduardo Henriques


terça-feira, 4 de novembro de 2014

"A ELITE BRASILEIRA NÃO ACEITA A INCLUSÃO SOCIAL, TOLERA!” [Martinho Condini]

Artigo enviado por Antônio Carlos Roxo da Motta:

"A ELITE BRASILEIRA NÃO ACEITA A INCLUSÃO SOCIAL, TOLERA!”

[Martinho Condini]

Apesar da Casa-Grande de Gilberto Freire ter sido construída em 1933, ela continua com seus alicerces firmes, principalmente no sudeste e sul do nosso Brasil. As vésperas da abolição da escravatura, muitas pessoas não se conformavam com a possibilidade dos negros escravos ficarem livres e poderem viver como todos os outros brasileiros brancos.
Era difícil para a elite brasileira entender que todo ser humano tem o direito de ser livre,
constituir sua família, ter sua moradia (e não a senzala), trabalhar como um cidadão livre e cumprir com seus deveres e desfrutar dos seus direitos sociais.
Mas mesmo assim, a sociedade escravagista brasileira resistiu até onde pode para a manutenção da escravidão (foram mais de trezentos anos), fomos o último país da América a libertar os escravos.
A história nos mostra que a resistência incansável dos negros, desde o século XVI e o movimento abolicionista a partir do século XIX, conquistaram esse direito a liberdade.
A elite escravagista brasileira para desqualificar todo o processo de luta, estabeleceu que a influência britânica devido aos interesses econômicos e a consciência social e política da princesa Isabel (filha de Dom Pedro II) foram aspectos mais preponderantes para o fim da escravidão no Brasil.
Por muitos anos esse foi o entendimento do processo de libertação dos escravos passado a gerações de brasileiros em nossos bancos escolares. Após 126 anos da abolição da escravatura e muita lutas das classes populares, temos um Brasil livre e democrático, mas com problemas sociais ainda presentes em nossa sociedade.
Mas é verdade que algumas políticas sociais adotadas nos últimos doze anos, fizeram com que classes sociais brasileiras que viviam em condições sub-humanas tivessem mudanças
significativas em suas vidas. Estas pessoas não foram beneficiadas pela assinatura de uma lei que os libertassem da escravidão, mas sim, por processo político voltado para as classes sociais discriminadas e excluídas do nosso país.  As políticas públicas adotas nestes últimos anos possibilitou a milhares de brasileiros resgatar a sua dignidade e a sua cidadania. Sabemos que milhares de famílias, jovens e adultos, se beneficiaram com a criação do ‘Bolsa-Família’, para sair da condição de miseráveis; a criação do projeto ‘Minha Casa Minha Vida’, para realizar o sonho da casa própria e dos projetos Porém, guardada as devidas proporções devido às diferenças de épocas da nossa história, continuamos a ter em nossa sociedade uma visão de que o acesso as boas condições de vida é apenas para uma minoria, uma elite que tem profundas dificuldades para enxergar com bom olhos a ascensão das classes excluídas da
sociedade.
E quantas vezes ouvimos (até mesmo em sala de professores) o ‘educador’ dizer assim: “o que esse aluno da periferia vem fazer na universidade, ele não tem cultura”; ou “precisaria separar a parte boa do país (Sul e Sudeste) da parte ruim (Norte e nordeste)”.
Então, deixo uma pergunta para reflexão, como discutir bolsa família, política de cotas sociais ou raciais ou políticas educacionais para o acesso as universidades, num país em que o modo de produção escravista foi o mais extenso de sua história de quinhentos e quatorze anos?


*Martinho Condini, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação, pela PUCSP. É professor na rede privada no ensino superior nas cidades de Osasco e São Paulo. Apresenta na rádio 9 de Julho de São Paulo o programa ‘Aumenta o volume que lá vem história’. Publicou pela Paulus os livros Dom Helder Camara um modelo de esperança (2008); Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo (2011) em parceria com Ilvana Bulla e o DVD Educar para a liberdade Dom Helder Camara e Paulo Freire (2011). Fundamentos para uma educação libertadora Dom Helder Camara e Paulo Freire (2014) Membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior e Relações Internacionais do Unifieo - GECEU.

TUDO DEPENDE DA IGREJA CATÓLICA


A Igreja católica é uma instituição religiosa muito poderosa e, talvez, pelo fato de ser assim, abusa do poder que tem, como por exemplo, o seu procedimento frente aos divorciados, que são proibidos de comungarem, participarem como padrinhos num batismo e por aí vai... o papa Francisco precisa resolver esta situação urgente junto aos cardeais no Consistório, não precisa nem convocar os bispos para um Concílio, por outro lado, a Igreja vem perdendo terreno para com as religiões neo-pentecostais, no Brasil que a vinte anos atrás os católicos eram 90%, e hoje não passam de 75%, alguma coisa precisa ser feita, além do mais temos o problema do celibato, a falta de padres é muito grande, os que estão aí, a maioria está velha, cansada... portanto, a coisa não anda às mil maravilhas para a Igreja e depois estão se esquecendo das palavras do Mestre que disse, Eu vim para cuidar dos enfermos. É isso aí, porque do jeito em que a carruagem anda, vai acabar dando com os burros n'água e, tem mais, a Igreja precisa tomar uma atitude drástica contra a maldita fabricação de armas e obrigar, ou pelo menos, tentar fazer com que os Estados Unidos tirem os seus soldados das terras dos outros, cada povo, tem que resolver os seus problemas, sozinho. 

anibal werneck de freitas.

domingo, 2 de novembro de 2014

"MY WAY" Frank Sinatra (Homenagem ao Professor Hudson - in memoriam)



O nosso saudoso Hudson, professor de inglês, era fan do Frank Sinatra, certa vez estive em sua casa e fiquei abismado de ver a quantidade de discos que ele tinha do cantor estadunidense, sem dúvida ele gostava muito dele, sendo assim, aqui vai a minha humilde homenagem a este mestre que marcou a minha vida e a de todos aqueles que estudaram no Seminário N. S. Aparecida de Leopoldina/MG.

anibal werneck de freitas.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

SALVE, BRASIL! [Esdobão]


BRASILEIROS, NORDESTINOS... INESQUECÍVEIS! [Martinho Condini]

 Atualmente temos uma significativa ausência de lideranças em nosso país. Quem são as nossas lideranças, hoje? Quem são os modelos para os nossos jovens? Como eu, acredito que você também tenha dificuldades para responder a essas perguntas. Há ausência de lideranças no atual momento histórico brasileiro me levou à lembrança e saudades de dois protagonistas da nossa história recente. Ambos nordestinos, um cearense e um pernambucano, contemporâneos do século passado, sempre tiveram os pobres, pequeninos ou oprimidos, os elementos geradores da construção dos seus pensamentos e práticas ao longo do século XX.
Após a infância e a adolescência, ambos tiveram rumos profissionais diferentes: um tornou-se religioso, o outro, após a formação em Direito, enveredou para a área educacional como professor de língua portuguesa e, posteriormente, tornou-se também um educador.
No início do Governo Militar, ambos viviam na cidade de Recife. Um recém-chegado, transferido da cidade do Rio de Janeiro o outro vivia em sua cidade natal. Em 1964, um deles foi preso e exilado, retornando ao Brasil apenas em 1980. No exílio, produziu todo o arcabouço daquilo que mais tarde veio a ser considerado uma filosofia e um método educacional. E somado a uma experiência de alfabetização de adultos, produziu uma obra que norteou o seu trabalho como educador, a Pedagogia do oprimido, escrita no exílio.
O outro, arcebispo de Olinda e Recife, idealizador e fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tornou-se uma liderança da Igreja católica, permaneceu no Brasil durante todo o governo militar, mas sofreu intensa perseguição e censura dos militares e da ala conservadora da igreja, sendo impedido por quatro vezes de receber o prêmio Nobel da Paz e foi calado por quase uma década. As perseguições a ambos fizeram com que suas vozes e ideias ecoassem Brasil a fora, e os mesmos ficassem conhecidos mundialmente.
É inegável que ambos tiveram intensa influência na formação do pensamento educacional e social brasileiro. Realizaram trabalhos que contribuíram no meio intelectual, como também nas camadas populares da sociedade. Eles sempre tiveram a coragem de enfrentar desafios e propor mudanças para a melhoria das condições de vida das camadas sociais excluídas e descriminadas do nosso país. A defesa e o cumprimento aos direitos humanos foi uma bandeira carregada diuturnamente, por esses dois incansáveis humanistas. E reconheceram na educação um dos principais elementos para as pessoas realizarem as transformações sociais e a conquista da tão sonhada libertação.
Enfim, apesar da distância física de ambos, sempre estiveram juntos na esperança de que era possível construir uma sociedade mais justa, digna e fraterna para todos.
Caros Dom Helder Camara e Paulo Freire, vocês estarão sempre em minha lembrança.

*Martinho Condini, mestre em Ciências da Religião e doutor em Educação, pela PUCSP. É professor na rede privada no ensino superior nas cidades de Osasco e São Paulo. Apresenta na rádio 9 de Julho de São Paulo o programa ‘Aumenta o volume que lá vem história’. Publicou pela Paulus os livros Dom Helder Camara um modelo de esperança (2008); Helder Camara, um nordestino cidadão do mundo (2011) em parceria com Ilvana Bulla e o DVD Educar para a
liberdade Dom Helder Camara e Paulo Freire (2011). Membro do Grupo de Estudos de

Comércio Exterior e Relações Internacionais do Unifieo - GECEU.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A CULPA NÃO É SÓ DOS MÉDICOS


 Eu estou sentindo que muitos médicos estão contra a Dilma devido à importação de profissionais para cobrir a demanda de um país continental como o nosso Brasil, todavia, o problema não foi a falta de doutores e sim, a ganância de muitos por lugares bem estruturados, onde ganhariam mais.
A desculpa dada pelo fato de não quererem trabalhar num lugar pequeno, sem estrutura e ganhando pouco, ou seja, de 5 a 7 mil por mês, obrigou o Governo a tomar uma decisão drástica e aí eles gritaram, pior, muitos vaiaram os médicos cubanos, haja visto que, até os Estados Unidos reconheceram a luta destes cubanos contra o terrível ebola, ultimamente.
Sou professor e quando passei no concurso para o Estado de Minas Gerais, numa cidade vizinha à minha, além de ganhar uma miséria, fiquei o primeiro mês sem receber e quanto à viagem e à minha estadia eram por minha conta, ora bolas, qualquer médico recém formado, trabalhando numa cidade pequena, ganha mais de 4 mil reais e, voltando à desculpa de não terem recursos para trabalhar em lugares pobres, sem médico não tem como o Governo enviar verbas.
Mas a culpa não é dos médicos e sim da educação que eles recebem na faculdade, herança das ditaduras, ou seja, pelo fato do médico ser uma figura importante no meio social, eles não estudam ciências humanas e, deste modo, não têm a sensibilidade de contestar nada e assim, o governo fica tranquilo para administrar o país do jeito que lhe aprouver.


Anibal Werneck de Freitas.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CONFIAR DESCONFIANDO (Final) Antônio Carlos Roxo


Neste tempo eleitoral é importante olhar com muita atenção todas as notícias que aparecem na mídia, olhar com lupa, pois o jogo é pesado, a  neutralidade é só aparente. Sabem aquela história do copo meio cheio ou meio vazio? Pois é, para a grande imprensa o copo da Dilma sempre está meio vazio.
Em setembro o Estadão publicou editorial econômico  destacando a venda de  R$ 2 bilhões em títulos federais  com deságio,  99,99% do valor de face. Por exemplo,  um título de R$ 1.000,  vendido por R$ 999,90, desconto de 10 centavos. Conclusão do jornal, tal fato “indicava uma piora na percepção dos investidores quanto à condução da política fiscal”, o mantra do conservadorismo contra o atual governo. Se o título fosse vendido por R$ 1000,10, haveria editorial para informar a melhora nesta percepção? Nem pensar, pelo ridículo que seja!
A Standard & Poor’s classificou a percepção de risco da Irlanda, cuja dívida é de 450% do PIB como A- (quase sem risco) , a Espanha com dívida de 300% do PIB teve sua classificação melhorada passando para BBB, enquanto o  Brasil com dívida liquida de 33,8%  do PIB (bruta de 66,16%) e a quinta maior reserva financeira do mundo,  teve seu rating rebaixado de BBB para BBB-. Sentiram o drama?
Quando o governo brasileiro se posicionou de forma firme contra mais um massacre de palestinos em Gaza, para muitos consequência direta da oposição de Israel contra a união entre os movimentos Hamas e Fatah (a grande maioria dos cerca de 2.200 palestinos mortos, eram crianças e civis; enquanto  dos 73 mortos do lado de Israel, 66 eram soldados e 7 civis),  a intempestiva reação israelense (citando a derrota brasileira para a Alemanha por 7x1, como se uma guerra devesse ser tratada como um  jogo de futebol) , levou “grandes” articulistas conservadores a desancarem o governo: como, só ver um lado? Logo a seguir a ONU condenou quase por unanimidade Israel(investigação de crimes de guerra) e mais recentemente  o próprio governo Israelense  se desculpou pela  reação estapafúrdia . Alguém fez mea culpa? Espere sentado!
A Petrobras em junho recebeu do governo Dilma o aval  para explorar mais quatro áreas do pré-sal da Bacia de Santos, sem licitação, o que é permitido pela lei de partilha. A grita foi grande, o objetivo precípuo: desgastar o governo. Afirmou-se que os R$ 2 bilhões iniciais pagos, ainda em 2014, teriam o objetivo de garantir o  superávit primário (poupança do governo para pagar os juros da dívida pública), prejudicando a empresa. Ledo engano, pois se fosse licitação a empresa deveria desembolsar R$ 15 bilhões imediatamente, e não  a perder de vista, como agora. Com a nova área a empresa passa a ter reservas abaixo apenas da russa Rosneft, por volta de 30 bilhões de barris. Segunda maior reserva do mundo! Evidente que os olhos gulosos das aves de rapina internacionais e seus comparsas nacionais estão de olhos grandes nessas reservas e na própria empresa. Não à toa, boa parte da oposição é contra o regime de partilha. Afinal se há tantas criticas como as acima, ou são equívocos de boa fé, ou há muitos grandes ($$$) interesses contrariados. Por estas e outras, no segundo turno, cravo, claro, Dilma!


Antônio Carlos Roxo, economista pela UFJF, mestre pela UFMG, doutor pela USP, é coordenador do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior e Relações Internacionais do UNIFIEO – GECEU.  È, também, membro fundador do CICERO – Comitê de Incentivo ao Comércio Exterior da Região Oeste.     

terça-feira, 21 de outubro de 2014

QUO VADIS, AUGUSTUS?

Quo vadis, Augustus, cum cruci tota die in platea civitatis, et quasi viator non prohibet esse aliquid in bona vita, Tempus breve est, sumus senex nescimus si cras sumus adhuc viveret, prohibere aliquid videret miraculum vitae quot reliquit nasci, tamen erit innumeris casibus misericordiae divinae, quae infinita est, perfectum, ut omnes occasionem esse unum diem, ergo non eget currunt ambo, non hic caduca et tempus terere, carpe diem, quam exspecto sole luna etiam non splendet, et reddit in nobis, et illuminans noctem, stemus in loco ad locum, sed sic est, inquam, quo vadis, Augustus?

anibal werneck de freitas.

OECUMENISMUM


Universum genus hominum super universam spiritus quaerens incarnationem, lumina vultus pro aliis, aliis corporatum misera exquirens, quaerens benefacere aliis, aliis penitus ignorat, alia, alia ... interim Ecclesia non nisi in sublime tolli corporibus [repudii] animas munus est sua vis, oblitus est creditus cum reincarnation olim, et peior fieri potest, quae per obsequium spiritualism neglecta doctrina evangelii, ita, et quod pro nobis Iesus Christus, qui profitentur religionem convenire, ut diligatis invicem, sicut dilexi vos. 
Quis est hic, oecumenismum Ioannis XXIII?

anibal werneck de freitas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

SEGUNDO TURNO: MOMENTO DE DECISÃO [Antônio Carlos Roxo]

Com o segundo turno, questões fundamentais para o país devem ser colocadas no debate eleitoral. Segundo turno é para isto. No primeiro se vota em que mais se acredita, no segundo se o seu candidato não foi para o segundo turno, escolhe, digamos, o menos pior, opinião que, naturalmente, não foi o da maioria.De certa forma pode-se afirmar que os gargalos estruturais do país estão identificados. Saúde, educação, infraestrutura são problemas que, creio, estão dentro de um consenso mínimo. Dentre outras, uma questão central, e aí, as candidaturas apresentam diferenças substanciais refere-se ao papel do estado na economia. De um lado os defensores do mercado como senhor quase absoluto para as decisões do que, quanto, como e para quem produzir. De outro, os que defendem que o mercado não é, de forma nenhuma, a única e melhor alternativa para as decisões econômicas. As duas visões se enquadram na política industrial: horizontalista ou verticalista. Para a horizontalista, como o mercado é mais eficiente na alocação dos recursos, dever-se-ia fazer a política industrial para todos, universalizada, os melhores seriam os vencedores. A verticalista, parte do pressuposto de que os recursos são escassos e, portanto, caberia um planejamento centralizado para direcionar os investimentos nos setores considerados prioritários. É o caso de incentivar os campeões nacionais. Para os primeiros, críticos da intromissão do estado no mercado, a escolha de campeões por um órgão central, levaria a um processo de lobby para influenciar as decisões centralizadas, suscetíveis de corrupção. Para os segundos, do ponto de vista dinâmico, os vencedores de curto prazo, dado pelo mercado, no longo prazo, nem sempre seriam eficientes, ou a melhor alternativa para o país. Cita-se o exemplo da Coréia do Sul que elegeu seu campeões, lá atrás, e hoje é a potência que é. Aqui se insere também a Necessidade de Requisitos Locais. Isto é, obrigar que parte das compras externas tenham conteúdo produzido internamente. Objetiva-se desenvolver a indústria nacional. Os críticos, fundamentalistas do mercado, argumentam que isto aumenta o custo das máquinas e implementos importados, dificultando a produção a um preço menor. Proteger a indústria significa para os mercadistas comprar mais caro e privilegiar a ineficiência. Para os heterodoxos um país deve defender sua produção e seu mercado, condição básica para garantia do emprego. Muitas indústrias devem ser protegidas por sua capacidade de transbordamento positivo para outros setores da economia, o chamado efeito multiplicador. Na história há janelas de oportunidades quando se pode diminuir as distâncias entre os países.A questão que fica no ar: para aproveitar esta janela, deve-se acreditar simplesmente na orientação do mercado, ou precisa-se da participação ativa do estado?

Antônio Carlos Roxo, economista pela UFJF, mestre pela UFMG, doutor pela USP, é coordenador do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior e Relações Internacionais do UNIFIEO – GECEU. È, também, membro fundador do CICERO – Comitê de Incentivo ao Comércio Exterior da Região Oeste.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

MAURINHO E REGINA







Pois é, Aníbal! Estamos vivendo novos tempos nesta nossa IGREJA! Demorou...! Quanto ao encontro, quem sabe no próximo a gente vai? Gratos pelo conforto e atenção. Grande abraço! Maurinho e Regina







Maurinho e Regina,
contamos, então, com vocês no próximo encontro. Não sei se vocês sabem, eu tenho um blog sobre o Seminário, o qual inspirou o Eduardo Henriques a criar estes encontros, sendo assim, gostaria muito que o visitassem e colaborassem com o dito cujo, enviando artigos, para um enriquecimento maior do mesmo.http://seminrionsaparecidaleopoldinamg.blogspot.com.br/
Um abração,
Anibal.

REGINA E MAURINHO






Querido Aníbal! 
Só hoje estamos dando retorno ao seu atencioso convite. Na semana passada fomos para o Rio, acompanhar a irmã da Regina, a Maria Inês, que foi hospitalizada e acabou falecendo no dia 26/09 o que nos deixou tristes mas consolados: ela sempre manteve um bom humor e uma alegria excepcionais. E com isso, não nos comunicamos com você. E foi bom o encontro? O Pe. Chamel esteve presente? Muito gratos e um grande abraço também para os seus. 
Regina e Maurinho








Queridos Regina e Mauro,
vocês não perderam nada porque o III Encontro não aconteceu, a turma desanimou, não sei se o motivo foi o local. Digo isso, porque o encontro não seria em Leopoldina e sim, em Juiz de Fora, na granja do Pe. Bonatto.
Quanto à Regina, minhas condolências. Infelizmente a morte faz parte da vida.
No mais, vamos seguindo a estrada e que Deus ilumine o Francisco I para que haja uma solução para os padres casados, até porque as igrejas, anglicana e ortodoxa sempre demonstraram uma grande boa vontade à esta questão. A Igreja precisa acordar!
Um abração para todos aí,

Anibal.

ANTÔNIO CARLOS ROXO DA MOTTA





Prezado Anibal: 
 
claro que pode, pelo contrário, agradeço o fato de você divulgá-los. Desculpe-me, pois passou despercebido a necessidade de resposta. Mande bala e, se quiser, pode também escrever para nós. Só temos duas exigências: tamanho + ou - 3000 toques com espaço e colocar com as qualificações do autor que é também membro associado do GECEU (que é quem tem o espaço no jornal).
Abraço fraterno do
 
Antônio Carlos Roxo

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Antônio Carlos,
 
fico feliz em saber que você gostou e, daqui pra frente, continuarei postando seus artigos que certamente vão enriquecer mais ainda o blog.
Um abração,
 
Anibal Werneck de Freitas.

LAMARTINE JOSÉ MIRANDA





Prezado amigo Eduardo, 
Em razão da impossibilidade do nosso encontro, o recurso encaminhado pode me ser devolvido para minha conta no banco Santander, Agencia 3488, C/C 01002984-5, Lamartine Jose Miranda. Nos nossos encontros pudemos perceber que aquelas crianças eram na realidade uma grande família e uma familia não se desfaz facilmente. Como numa grande família nem todos os irmãos são próximo......., mas todos se amam. Não vamos perder contato. Com certeza nos encontraremos em breve, talvez na próxima curva, na próxima primavera. Vamos continuar unidos em pensamento e com certeza estaremos sempre bem juntos. Que Deus e nossa mãe Aparecida nos acompanhem sempre.
Abraços a todos.
Lamartine José Miranda.

domingo, 28 de setembro de 2014

CONFIAR, DESCONFIANDO

Antônio Carlos Roxo

Neste tempo de eleição todo cuidado é pouco. Pipocam notícias as mais tendenciosas. Sobre tudo e sobre todos. Antes do início do período eleitoral propriamente dito, já havia a preparação do terreno e a tentativa de colocar o governo atual na parede. O objetivo era claramente pautar a opinião pública sobre certos cânones do conservadorismo. Recentemente reportagem da FSP focava a invasão da Argentina pela China. Financiando o governo, criando empresas, abrindo ferrovias. Com isto a China avança célere na ocupação econômica da Argentina, sendo hoje o seu segundo maior parceiro comercial. A reportagem cita que o Brasil se esforça para se contrapor e que o Mercosul serve de anteparo à invasão anunciada. Todos os atores relevantes do mundo procuram “ocupar”, através de financiamento e obras, países que sejam de seu interesse, para através desta engrenagem gerar negócios. A estratégia da China, que avança em nosso quintal, é enaltecida pela reportagem. Aspecto a ser ressaltado, o Mercosul é projeto de interesse nacional, apesar da insistente campanha para retaliarmos a Argentina por medidas tomadas pelo seu governo, como se fosse um jogo de futebol em que por tradição (besta por sinal) tenhamos que torcer contra a Argentina. Sendo que o Brasil e, em particular São Paulo, a tem como o principal mercado para seus produtos industriais. No contraponto, na campanha eleitoral se crítica o financiamento pelo BNDES do Porto de Cuba, que está sendo construído por empresas brasileiras, projeto brasileiro, o que é o suprassumo do comércio internacional, vender serviços. Ainda mais para o Brasil, que ultimamente tem se fixado em exportar commodities. Quando há oportunidade como esta, os de visão curta questionam. Abre-se espaço que o próprio EUA quer e estão se preparando para ocupar. A Petrobras, a joia da coroa, motivo de cobiça das aves de rapina internacionais e nacionais, tem sua gestão questionada. Sou também contra o uso do preço da gasolina como mecanismo de combate à inflação (a empresa importa a um preço mais alto que o preço de venda interno). Mas devagar com o andor que o santo é de barro! A Petrobras, ainda assim, é extremamente produtiva e lucrativa. Fala-se que perdeu valor de mercado. Como de fato, mas não por ser estatal. É o momento econômico. O quadro abaixo mostra a cotação das ações de quatro grandes empresas brasileiras em dois momentos.
Ação Preço da ação


PETROBRAS PN 26,30 21,15 -19,58 / GERDAU PN 22,61 12,15 -46,26 / CSN 28,20 9,18 -67,45 / VALE PN 44,66 23,74 -46,84, fechamento 24/09/2010, Preço da ação fechamento 26/09/2014.

A evolução, em quatro anos, mostra que empresas privatizadas e comandadas por capitães da indústria como Benjamim Steinbruch (CSN) atual presidente da FIESP, ou Jorge Gerdau Johanpeter (GERDAU) e a VALE apresentaram, no período, uma performance muito pior que a Petrobrás. E agora? Má gestão, má vontade ou interesses outros?

Antônio Carlos Roxo, economista pela UFJF, mestre pela UFMG, doutor pela USP, é coordenador do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo de Estudos de Comércio Exterior e Relações Internacionais do UNIFIEO – GECEU. É membro fundador, também, do CICERO – Comitê de Incentivo ao Comércio Exterior da Região Oeste.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

LUIZ SIMÕES

luiz simoes <luizgpsimoes@gmail.com>

18:50 (Há 16 horas)


para cordeirojorge, josersales, Francisco, cruz.pereira, jevjuste, jccalcado, alaertesilva, sutana, jose, Eduardo, Dialétika, granja.stapaul., Helio, edigarbicalho, Joao, familiaroxo, corinto-docarmo, pintocoellho3, mim, batistajota, veraluciaerobe., ro-dri-fera, ebert, camilo.segundo, Dialétika
Jorge querido amigo e meu irmão de fé, faço minhas as suas palavras.
Boa noite  para todos e que nosso Deus e Nossa Senhora nos abençoe. Zaga (simões).

EDUARDO HENRIQUES NA MAXIN TV

Minha entrevista na MAXIN TV

Entrada
x

Eduardo Henriques

08:05 (Há 3 horas)


para Anibal, antoniocarlosr., alaertesilva, Adriana, afraniocaixeiro, acriar, arcangela.sall., alvano.carvalho, batistajota, betaumjf, Marcelo, Bruno, Cesarilda, cordeirojorge, cruz.pereira, camilo.segundo, corinto-docarmo, cesaromero, cazefajardo, cbogado, comunicacao, Dialétika, Dialétika, edigarbicalho, ebert...
Olá meus amigos. Abaixo um link no qual vc entra na MAXIN TV do Sul de Minas onde
fui entrevistado por aquela TV e onde eu mostro um pouco do meu trabalho. Inclusive
a Abertura de Programa, assim como toda a filmagem e edição foram feitas por nós.
Agradeço a Marcelo Produções de Cataguases. Abraços


quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CORDEIRO JORGE [OUTRA MENSAGEM]

Como eu disse no email que respondi a todos vocês, eu lamento o cancelamento do encontro. Sugiro que uma nova data seja marcada, tipo final de novembro ou durante dezembro. Na primeira semana de dezembro estou me programando para ir a Belo Horizonte e gostaria de encontrar os irmão de lá.
Não é fácil agradar a todos e ter uma data que todos possam ir, mas quando se marca com bastante antecedência todos podem se programar. Nossa historia não pode acabar galera. Sera que ano que vem todos estaremos aqui? Lembrem-se que alguns já partiram e não tivemos a oportunidade de revê-los. Eu disse que amava vocês e confirmo novamente o que disse no encontro anterior. A vida esta difícil para todos, mas separar dois ou três dias para rever amigos/irmãos de outrora, que convivemos por um bom tempo e na nossa infância não é tão difícil assim. Vamos prestigiar a comissão organizadora do evento co a nossa presença. Estou muito triste com esta noticia mas aida temos tempo de realizarmos este sonho até o fim do ano. Pe Chamel está aguardando os seus meninos para revê-los, o tempo dele esta mais curto que o nosso, lembrem-se disso. Acho que estamos ficando acomodados e não dando importância a coisas que marcaram de modo melhor nossas vidas.
Me desculpem o desabafo mas continuo e continuarei amando vocês.
 
Que Jesus os abençoe sempre.
 
Cordeirojorge

CANCELAMENTO DO ENCONTRO [Ray Conniff Besame Mucho]




OK Anibal, este encontro é muito importante para todos nós. Li o recado do Eduardo é a pura verdade. Acho que todos nós devemos deixar de lado nossa acomodação e aproveitarmos o tempo que nos resta aqui neste planeta. Devemos viver intensamente o presente enquanto podemos. Acho que devem marcar uma data com antecedência para que todos se programem e continuar fazendo o encontro com aqueles que puderem ir, Estes só estarão ganhando e quem não for estara sempre perdendo.

Um abraço

Cordeirojorge

De: anibalwerneck@gmail.com
Enviada: Terça-feira, 23 de Setembro de 2014 13:06
Para: cordeirojorge@bol.com.br
Assunto: CANCELAMENTO DO ENCONTRO








Cordeirojorge


Meu amigo Cordeirojorge,
os acordes que você fez de Besame mucho, estilo Ray Conniff, ainda estão batendo nos meus ouvidos, perfeito, gostei muito. Quanto aos encontros, você tem toda razão, que sejamos uns 10 apenas, o que não acredito, todavia, o que não pode é deixar uma ideia desta morrer, você tem toda razão, vamos pensar melhor daqui pra frente, uma forma de ajudar o Eduardo e o Fernando, porque é realmente difícil organizar um evento desta magnitude. Eu tenho o blog e através dele poderíamos amadurecer mais as ideias, o que está faltando é um engajamento maior de todos e hoje nós temos a tecnologia a nosso favor.
Um abração do amigo Anibal.


Em 24 de setembro de 2014 17:29, cordeirojorge <cordeirojorge@bol.com.br> escreveu:

terça-feira, 23 de setembro de 2014

MENSAGEM AOS EX-SEMINARISTAS [Roda Viva]




A GENTE ÀS VEZES JÁ NÃO PODE E NEM CONSEGUE SER A GENTE

Pois é, pessoal, o nosso Encontro desse ano não conseguimos realizar. Fica uma ponta de frustração e um vazio.

A gente, não mais consegue ser a gente. O tempo passou, nossos caminhos foram longos e fortuitos.

A velhice nos torna dependentes de nós mesmos e de nossos amigos, familiares e de nossas vidas que construímos durante esse longo tempo. Não conseguimos mais ter uma vida própria, nem que seja por um dia ou dois.

Os compromissos se avolumam através de nossa própria consciência ou inconsciência e chegamos aonde estamos, e o presente se adianta e nos convoca a preterir um passado. Passado esse que se perde à medida que nos esquecemos verdadeiramente dele.

Alie-se a isso nossa própria fragilidade física e emocional. Doenças nossas, de nossos familiares e amigos que nos impedem de estarmos presentes. E ainda o casamento da filha de nosso sobrinho, o batizado do filho do amigo do filho... E isso nos prende a esse elo do qual não podemos nos desvencilhar nem que seja por um dia ou dois por ano.

Mas o Seminário está lá. Incólume. Mesmo se o nosso refeitório, camas e corredor já não mais existissem. Mas ainda existem. E nos chama sempre ao recôndito de suas lembranças. Onde passávamos alegres para a capela pra oração da manhã ou do último recreio após o jantar e recolhermos às nossas caminhas com o armário do lado. Tudo está lá, mesmo se não estivesse fisicamente.

Hoje não temos tempo prá nós mesmos e as lembranças são quimeras. Muitos de nós, que não compareceram em nenhum dos encontros, parecem preferir que fique assim, uma foto não tirada que permanecerá eternamente pendurada na sala de nosso coração. Uma sala vazia, povoada somente com nossos olhos.

Respeitamos e compreendemos, mas lamentamos.

Padre Chamel na altura de seus oitenta e tantos anos, com todos seus compromissos e pseuda-fragilidade esperou todos esses anos para que reunisse seus meninos e tudo que propusemos de data, de trabalho, de local, de organização do encontro foi o mais entusiasta e sempre arranja um tempo para ver e estar com os seus meninos.

Onde foi parar nossa vontade própria ou a falta dela?

Como disse, é tudo muito natural e compreensível; que as intempéries da vida nos impeça de estarmos presentes. Cada um, TENHO A CERTEZA, gostaria de estar lá, ou aqui, ou em qualquer lugar onde estivéssemos todos.

Me veio à mente uma canção do Chico Buarque)RODA VIVA) que talvez resuma em versos tudo isso que eu disse aí em cima.

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RODA VIVA

Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu


A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir


Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou


A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou


No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá


Roda mundo, roda-gigante
Rodamoinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração



Ano que vem, se o mundo não estancar de repente

Se nosso destino não for carregado prá lá

Se nosso barco resistir à corrente

Se nossa roseira não for desfolhada

Se nos deixarem fazer a serenata

Se não calarem a nossa viola

Se a brisa primeira não levar nossa ilusão

Estaremos o ano que vem tentando de novo

Nos reunirmos de coração e presença para

Mais um Grande Encontro

Abraços a todos

Eduardo Henriques

ORATIO AD SANCTO EXPEDITO