quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

PROFESSORA CARMEN DA SILVA XAVIER, 111 ANOS BEM VIVIDOS [1890 – 2001]




Fotos, da
Professora
Dona Carmen
da Silva
Xavier, 
de Artes 
Plásticas, 
extraídas 
do Blog do  
José do Carmo.

 
Quando eu fui pro Seminário Diocesano N. S. Aparecida de Leopoldina-MG., no ano de 1961, a 1ª série ginasial eu a fiz no Colégio Estadual Botelho Reis, um prédio com suas enormes colunas, parecido com um templo grego que me impressionou muito, todavia, o que mais me chamou a atenção foi uma senhora já bastante idosa, dando aula de artes plásticas, era realmente uma mestra gabaritada no que ensinava, pois bem, antes de falar sobre a Dona Carmen, como era chamada por todos, devo confessar que fiquei muito triste com a falta dos nossos professores no I Encontro, o mundo não está nem aí para nós seres humanos, pois nos privou dum encontro que seria muito melhor se os nossos mestres estivessem presentes, a maioria esmagadora morreu segundo o Monsenhor Chamel: o Átila, [Matemática], o Hudson [Inglês], a Dionéia [Francês], o Waldir [Matemática, o Élcio [Religião], o José Machado [Música},
o Naves [Latim, Francês, Teatro e Música], o Bertoque [Latim], a Dona Limpinha [Geografia], a Dona Belinha {Matemática – que foi professora da minha mãe, também] e a Dona Carmen [Artes Plásticas] que viveu até os 111 anos. Realmente, dos professores, pelo que eu fiquei sabendo, só ficaram o Chámel [Matemática e Latim] e o seu irmão, Oílian José [História], realmente, foi uma lacuna, expressando melhor, um buraco negro que assolou o nosso encontro a falta desses mestres, isto sem falar dos nossos colegas que também partiram, fora do combinado, como: o Agostinho, o Serginho, o Edelmo, o Luiz Olímpio, o Sudário e o Vicentão, perdoem-me se estou esquecendo de alguém, neste ponto confesso que não fomos privilegiados, a Natureza não foi nem um pouco generosa com a gente, mas o que fazer, o jeito é tocar a bola pra frente e, foi o que fizemos, a alegria manteve-se em alta e o encontro foi um sucesso.

Voltando ao início deste texto, deixando o Muro das Lamentações de lado, a professora idosa que me chamou a atenção se chamava CARMEN DA SILVA XAVIER, um sobrenome bem mencionado na nossa História do Brasil:



*Ela era filha de Antônio da Silva Xavier e Albina da Silva Xavier, nasceu em Tebas de Leopoldina a 15/01/1890. Veio para Leopoldina em 1913 e lá residiu à rua João Gualberto, 29, fundos. Professora primária aposentada. Ex-professora de piano. Ex´diretora de estabelecimento de ensino (de 1924 a 1969). Fundadora da Igreja Metodista de Leopoldina. Publicou vários  trabalhos na imprensa local. Publicou em 1982, o seu livro, “Flores Esparsas”, cuja edição se esgotou. Orgulha-se de ser descendente do herói da Inconfidência Mineira, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, “TIRADENTES”. Foi agraciada com uma Placa de Prata, em São João da Barra (1961), dada pela municipalidade. Recebeu a Medalha de Honra da Inconfidência, por méritos cívicos, conferida pelo Governo de Minas Gerais (1982). Todo ano , a 21 de abril, recebia, em sua casa, homenagem da Loja Maçônica de Leopoldina, que no ano de 1983 lhe entregaram um Cartão de Prata. Dona Carmen possuía trabalhos publicados na ANTOLOGIA LEOPOLDINENSE, edições de 1981 e 1982.



*O texto, em Itálico, sofreu algumas alterações para situá-lo no tempo, mas foi extraído na íntegra do livro, PROSA E VERSO, de 1983, da ANTOLOGIA LEOPOLDINENSE, cujo coordenador era o nosso Professor Waldir Policiano de Rezende, que com um braço só passava os deveres de Matemática no quadro negro numa rapidez surpreendente e quando chegava no final da lousa, com a mesmo braço, apagava tudo e continuava escrevendo até terminar o exercício. Certa vez, fora da sala de aula, no corredor do seminário, o Professor Waldir me surpreendeu, eu estava estudando um texto em inglês no meu livro didático, de repente, ele o tomou de mim e começou a traduzir fluentemente a lição. Fiquei boquiaberto vendo o conhecimento que ele tinha sobre a língua dos britânicos.

Em tempo: Dona Carmen da Silva Xavier morreu no dia 11 de fevereiro de 2001 na cidade de Leopoldina-MG., aos 111 anos.



Anibal Werneck de Freitas.

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