sábado, 21 de março de 2020

CANTO BARROCO - anibal werneckfreitas e Celso Lourenço)



A Alma de Minas sempre foi muito forte em mim, assim como a religiosidade mineira
Parece que Minas é um país dentro do Brasil, por ser tão sui-generis, talvez pelo fato de ter sido a província mais rica da Colônia no Século XVIII do Ouro, quando Vila Rica, hoje Ouro Preto, foi a capital.
Esta alma mineira sempre me atraiu e acredito que é assim também com a maioria dos mineiros.
Portanto, sempre cultivei esta espiritualidade, que me faz sentir melhor, traduzindo-a assim, em música e letra. 

A TRISTE FALTA DOS PROFESSORES E DOS COLEGAS SEMINARISTAS QUE NOS DEIXARAM

A falta, dos nossos professores e colegas nos encontros dos ex-seminaristas, nos privou dum encontro que seria muito melhor se eles estivessem presentes. Segundo o Monsenhor Chamel, são eles: Átila, [Matemática], Hudson [Inglês], Dionéia [Francês], Waldir [Matemática], Élcio [Religião], José Machado [Música], Naves [Latim, Francês, Teatro e Música], Bertoque [Latim], Dona Limpinha [Geografia], Dona Belinha [Matemática,  que foi professora da minha mãe, também] e Dona Carmen [Artes Plásticas] que viveu até os 111 anos. 

Dos professores, pelo que eu fiquei sabendo, só ficaram o Chámel [Matemática e Latim] e o seu irmão, Oílian José [História], falecido recentemente. Realmente, é uma lacuna, expressando melhor, um buraco negro que assola os nossos encontros. Tudo isso sem falar dos nossos colegas, que também partiram, fora do combinado, como: Agostinho, Serginho, Edelmo, Luiz Olímpio, Sudário e Vicentão. Perdoem-me se estou esquecendo de alguém. Pois é, a Natureza não foi nem um pouco generosa com a gente, mas o que fazer, o jeito é tocar a bola pra frente.

NOTA: Fachada da frente do seminário. Trabalho artístico de Zé César em 2018.

sexta-feira, 20 de março de 2020

PROFESSORA CARMEN DA SILVA XAVIER, 111 ANOS BEM VIVIDOS [1890 – 2001]

Fotos, da
Professora
Dona Carmen
da Silva
Xavier, 
de Artes 
Plásticas, 
extraídas 
do Blog do  
José do Carmo.


Quando eu fui pro Seminário Diocesano N. S. Aparecida de Leopoldina-MG., no ano de 1961, a 1ª série ginasial eu a fiz no Colégio Estadual Botelho Reis, um prédio com suas enormes colunas, parecido com um templo grego que me impressionou muito, todavia, o que mais me chamou a atenção foi uma senhora já bastante idosa, dando aula de artes plásticas, era realmente uma mestra gabaritada no que ensinava e se chamava, CARMEN DA SILVA XAVIER, um sobrenome bem mencionado na nossa História do Brasil:

*Ela era filha de Antônio da Silva Xavier e Albina da Silva Xavier, nasceu em Tebas de Leopoldina a 15/01/1890. Veio para Leopoldina em 1913 e lá residiu à rua João Gualberto, 29, fundos. Professora primária aposentada. Ex-professora de piano. Ex-diretora de estabelecimento de ensino (de 1924 a 1969). Fundadora da Igreja Metodista de Leopoldina. Publicou vários  trabalhos na imprensa local. Publicou em 1982, o seu livro, “Flores Esparsas”, cuja edição se esgotou. Orgulha-se de ser descendente do herói da Inconfidência Mineira, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, “TIRADENTES”. Foi agraciada com uma Placa de Prata, em São João da Barra (1961), dada pela municipalidade. Recebeu a Medalha de Honra da Inconfidência, por méritos cívicos, conferida pelo Governo de Minas Gerais (1982). Todo ano , a 21 de abril, recebia, em sua casa, homenagem da Loja Maçônica de Leopoldina, que no ano de 1983 lhe entregaram um Cartão de Prata. Dona Carmen possuía trabalhos publicados na ANTOLOGIA LEOPOLDINENSE, edições de 1981 e 1982.

NOTA: Dona Carmen da Silva Xavier morreu no dia 11 de fevereiro de 2001 na cidade de Leopoldina-MG., aos 111 anos.

FONTE: Livro, PROSA E VERSO da ANTOLOGIA
LEOPOLDINENSE, de 1983. 

anibal werneckfreitas, 20.03.20.

O NOSSO DIA A DIA NO SEMINÁRIO D. N. S. APARECIDA DE LEOPOLDINA-MG.

Todos os dias, acordávamos bem cedinho, sob as badaladas do sino, dadas pelo Reitor Pe. Antônio Chamel, as quais nos faziam, imediatamente, pular da cama, escovar os dentes, lavar o rosto, vestir a batina e, em fila, caminhar até à capela para assistir a Santa Missa, em jejum. No início, devido à falta de costume, alguns chegavam a desmaiar durante a cerimônia. 

Ainda de batina, depois da missa, íamos para o refeitório, tomar o café da manhã.
Após o café matinal, havia um pequeno recreio e, até na hora do almoço, um estudo e quatro aulas. 
Durante o almoço, podíamos conversar, mas primeiro tínhamos que ouvir um trecho do Novo Testamento (cada dia era marcado um pra ler), 
Na parte da tarde, mais um estudo, treino de futebol e banho gelado (não tinha chuveiro elétrico de propósito).
Já no jantar, não podíamos conversar, e sim, ouvir a leitura da Bíblia e a de um livro escolhido. Lembro-me muito bem de um, O Cão dos Baskerville, de Sir Arthur Conan Doyle, o autor do famoso detetive, Sherlock Holmes e seu auxiliar, Dr. Watson.
Pois bem, depois do jantar, um longo recreio entrava noite a dentro. Eu aproveitava o tempo, pra ouvir a minha orquestra preferida, a do Ray Conniff, principalmente as músicas, Besame Mucho’ e ‘Aquarela do Brasil’.
Findo o recreio, um outro estudo nos esperava. 
Deste modo, pra fechar o dia, íamos pra capela, meditar e rezar a oração da noite.
Às 21 horas, já estávamos todos no dormitório.

FOTO: Eu, de batina, em Recreio/MG, no ano de 1961.

anibal werneckfreitas, 20/03/20.

ORATIO AD SANCTO EXPEDITO