segunda-feira, 18 de junho de 2012

A PROFECIA MAIA [Antônio Carlos Roxo]


Prezados companheiros:

aproveito a oportunidade para encaminhar, em anexo, o meu mais novo artigo que deve sair no Diário da Região aqui de Osasco no dia 19 de junho.
Abraço do

Antônio Carlos Casulari Roxo da Motta

  A profecia Maia

                                                           
Antônio Carlos Roxo

            Para muitos crédulos o mundo está à beira de uma grande transformação, resultado de raios cósmicos do centro da galáxia que afetaria o sol e por consequência o eixo de rotação da Terra. Pelo calendário Maia o epicentro destes eventos seria em 21 de dezembro de 2012. Hollywood, por sinal, se apropriou desta história e já a transformou em um filme de catástrofe com dimensões mundiais.
            Para outros, um planeta, em dimensão e nível espiritual diferente do nosso, passaria próximo da terra e atrairia os espíritos menos desenvolvidos, expurgando a maldade deste mundo. Por isso ou por aquilo haveria um período de mudanças profundas para a humanidade e para o planeta. Transformações que teriam um profundo cunho espiritual, mas que teria repercussões essenciais na forma de se organizar, produzir e consumir inclusive, e principalmente, na relação das atividades humanas com a natureza. Seria a era de Aquário.
          De um modo geral estas interpretações procuram ver sinais, nos eventos que se dão, dessas mudanças. A crise de 2008 seria um prenúncio da grande crise internacional, que se avizinha irremediavelmente, de dezembro de 2012.
          Os que assim pensam, “torcem”, apesar das incertezas sobre o futuro, para que os Maias acertem em suas previsões, pois apesar das inevitáveis destruições, que seriam necessárias, o novo tempo daí resultante seria período de novos aprendizados e desafios, para criação de uma nova era de paz, prosperidade, harmonia com a natureza, sem egoísmos e sem a exploração do homem pelo homem.
          Será que é isso mesmo? De certo, hoje, o que se sabe é que o mundo está à beira do abismo. Um descuido, um passo à frente e ... dançou! Sair do atoleiro em que o mundo se encontra, em termos de preservação ambiental, nem se fala! Aliado a isto, há toda a confusão em que se encontra a Europa, com um país atrás do outro se encalacrando. O pior, é que muito do que se abate sobre o mundo tem vinculação estreita com o modo de agir das nações dominadas por corporações cujo único compromisso é com a maximização do seu lucro em âmbito mundial, sem considerações sociais e ambientais, a não ser às estreitamente necessárias como mecanismo de marketing e propaganda.
         Pensar grande e de nova forma, esta é a questão! Contar para isto, com a cooperação da elite, é difícil. Basta ver que não aprenderam com as crises que se sucedem. Grandes desafios exigem grandes respostas.
         Os governos europeus, quase em uníssono, têm exigido muito mais da Grécia de o que ela pode dar. O mesmo se pode dizer dos demais países em dificuldades. É sempre bom remeter a um livro, não tão conhecido, de J. M. Keynes: “As consequências econômicas da paz”.  Neste livro, Keynes criticava as exigências cartaginesas, como reparações, dos países ganhadores de Primeira Guerra Mundial. Para fazer tais indenizações a Alemanha deveria aumentar suas exportações para gerar divisas para esses pagamentos. Na medida em que aumentava suas exportações os preços das mesmas iam caindo, e em decorrência se necessitava de nova rodada de exportações o que deprimia ainda mais os preços internacionais. Resultado, este crescimento empobrecedor levou à hiperinflação e abriu caminho para a ascensão de Hitler.
         As potências que exigem políticas austeras neste momento de crise, inclusive e principalmente a Alemanha, por ironia do destino, não vêm ou não querem ver, a nova realidade que os cerca, o que remete à profecia Maia. Esse tsunami trará mudanças fundamentais ou simplesmente servirá para perpetuação do status quo, acirrando, ainda mais, as contradições entre regiões, nações e pessoas? 

*Antônio Carlos Roxo, coordenador e professor do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais é membro fundador do GECEU.   
E-mail : roxo@unifieo.br

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