Prezados
companheiros:
aproveito
a oportunidade para encaminhar, em anexo, o meu mais novo artigo que deve sair
no Diário da Região aqui de Osasco no dia 19 de junho.
Abraço do
Antônio
Carlos Casulari Roxo da Motta
A profecia Maia
Antônio
Carlos Roxo
Para muitos crédulos o mundo está à
beira de uma grande transformação, resultado de raios cósmicos do centro da
galáxia que afetaria o sol e por consequência o eixo de rotação da Terra. Pelo
calendário Maia o epicentro destes eventos seria em 21 de dezembro de 2012. Hollywood,
por sinal, se apropriou desta história e já a transformou em um filme de
catástrofe com dimensões mundiais.
Para outros, um planeta, em
dimensão e nível espiritual diferente do nosso, passaria próximo da terra e
atrairia os espíritos menos desenvolvidos, expurgando a maldade deste mundo.
Por isso ou por aquilo haveria um período de mudanças profundas para a
humanidade e para o planeta. Transformações que teriam um profundo cunho
espiritual, mas que teria repercussões essenciais na forma de se organizar,
produzir e consumir inclusive, e principalmente, na relação das atividades
humanas com a natureza. Seria a era de Aquário.
De um modo geral estas interpretações
procuram ver sinais, nos eventos que se dão, dessas mudanças. A crise de 2008
seria um prenúncio da grande crise internacional, que se avizinha
irremediavelmente, de dezembro de 2012.
Os que assim pensam, “torcem”, apesar
das incertezas sobre o futuro, para que os Maias acertem em suas previsões,
pois apesar das inevitáveis destruições, que seriam necessárias, o novo tempo
daí resultante seria período de novos aprendizados e desafios, para criação de
uma nova era de paz, prosperidade, harmonia com a natureza, sem egoísmos e sem
a exploração do homem pelo homem.
Será que é isso mesmo? De certo,
hoje, o que se sabe é que o mundo está à beira do abismo. Um descuido, um passo
à frente e ... dançou! Sair do atoleiro em que o mundo se encontra, em termos
de preservação ambiental, nem se fala! Aliado a isto, há toda a confusão em que
se encontra a Europa, com um país atrás do outro se encalacrando. O pior, é que
muito do que se abate sobre o mundo tem vinculação estreita com o modo de agir
das nações dominadas por corporações cujo único compromisso é com a maximização
do seu lucro em âmbito mundial, sem considerações sociais e ambientais, a não
ser às estreitamente necessárias como mecanismo de marketing e propaganda.
Pensar grande e de nova forma, esta é
a questão! Contar para isto, com a cooperação da elite, é difícil. Basta ver
que não aprenderam com as crises que se sucedem. Grandes desafios exigem
grandes respostas.
Os governos europeus, quase em
uníssono, têm exigido muito mais da Grécia de o que ela pode dar. O mesmo se
pode dizer dos demais países em dificuldades. É sempre bom remeter a um livro,
não tão conhecido, de J. M. Keynes: “As consequências econômicas
da paz”. Neste livro, Keynes criticava
as exigências cartaginesas, como reparações, dos países ganhadores de Primeira
Guerra Mundial. Para fazer tais indenizações a Alemanha deveria aumentar suas
exportações para gerar divisas para esses pagamentos. Na medida em que
aumentava suas exportações os preços das mesmas iam caindo, e em decorrência se
necessitava de nova rodada de exportações o que deprimia ainda mais os preços
internacionais. Resultado, este crescimento empobrecedor levou à hiperinflação e
abriu caminho para a ascensão de Hitler.
As potências que exigem políticas austeras
neste momento de crise, inclusive e principalmente a Alemanha, por ironia do
destino, não vêm ou não querem ver, a nova realidade que os cerca, o que remete
à profecia Maia. Esse tsunami trará mudanças fundamentais ou simplesmente
servirá para perpetuação do status quo,
acirrando, ainda mais, as contradições entre regiões, nações e pessoas?
*Antônio Carlos Roxo, coordenador e professor
do curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais é membro fundador do
GECEU.
E-mail : roxo@unifieo.br
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