Fotos, da
Professora
Dona Carmen
da Silva
Xavier,
de Artes
Plásticas,
extraídas
do Blog do
José do Carmo.
Quando eu fui pro
Seminário Diocesano N. S. Aparecida de Leopoldina-MG., no ano de 1961, a 1ª
série ginasial eu a fiz no Colégio Estadual Botelho Reis, um prédio com suas enormes colunas, parecido com um templo grego que me impressionou
muito, todavia, o que mais me chamou a atenção foi uma senhora já bastante
idosa, dando aula de artes plásticas, era realmente uma mestra gabaritada no
que ensinava, pois bem, antes de falar sobre a Dona Carmen, como era chamada
por todos, devo confessar que fiquei muito triste com a falta dos nossos professores
no I Encontro, o mundo não está nem aí para nós seres humanos, pois nos privou
dum encontro que seria muito melhor se os nossos mestres estivessem presentes,
a maioria esmagadora morreu segundo o Monsenhor Chamel: o Átila, [Matemática],
o Hudson [Inglês], a Dionéia [Francês], o Waldir [Matemática, o Élcio
[Religião], o José Machado [Música},
o Naves [Latim, Francês,
Teatro e Música], o Bertoque [Latim], a Dona Limpinha [Geografia], a Dona Belinha
{Matemática – que foi professora da minha mãe, também] e a Dona Carmen [Artes
Plásticas] que viveu até os 111 anos. Realmente, dos professores, pelo que eu
fiquei sabendo, só ficaram o Chámel [Matemática e Latim] e o seu irmão, Oílian
José [História], realmente, foi uma lacuna, expressando melhor, um buraco negro
que assolou o nosso encontro a falta desses mestres, isto sem falar dos nossos
colegas que também partiram, fora do combinado, como: o Agostinho, o Serginho,
o Edelmo, o Luiz Olímpio, o Sudário e o Vicentão, perdoem-me se estou
esquecendo de alguém, neste ponto confesso que não fomos privilegiados, a
Natureza não foi nem um pouco generosa com a gente, mas o que fazer, o jeito é
tocar a bola pra frente e, foi o que fizemos, a alegria manteve-se em alta e o
encontro foi um sucesso.
Voltando ao início deste
texto, deixando o Muro das Lamentações de lado, a professora idosa que me
chamou a atenção se chamava CARMEN DA SILVA XAVIER, um sobrenome bem mencionado
na nossa História do Brasil:
*Ela era filha de Antônio da Silva Xavier e Albina da Silva Xavier,
nasceu em Tebas de Leopoldina a 15/01/1890. Veio para Leopoldina em 1913 e lá
residiu à rua João Gualberto, 29, fundos. Professora primária aposentada.
Ex-professora de piano. Ex´diretora de estabelecimento de ensino (de 1924 a
1969). Fundadora da Igreja Metodista de Leopoldina. Publicou vários trabalhos na imprensa local. Publicou em 1982,
o seu livro, “Flores Esparsas”, cuja edição se esgotou. Orgulha-se de ser
descendente do herói da Inconfidência Mineira, o alferes Joaquim José da Silva
Xavier, “TIRADENTES”. Foi agraciada com uma Placa de Prata, em São João da
Barra (1961), dada pela municipalidade. Recebeu a Medalha de Honra da
Inconfidência, por méritos cívicos, conferida pelo Governo de Minas Gerais
(1982). Todo ano , a 21 de abril, recebia, em sua casa, homenagem da Loja
Maçônica de Leopoldina, que no ano de 1983 lhe entregaram um Cartão de Prata.
Dona Carmen possuía trabalhos publicados na ANTOLOGIA LEOPOLDINENSE, edições de
1981 e 1982.
*O texto, em Itálico, sofreu
algumas alterações para situá-lo no tempo, mas foi extraído na íntegra do
livro, PROSA E VERSO, de 1983, da ANTOLOGIA LEOPOLDINENSE, cujo coordenador era
o nosso Professor Waldir Policiano de Rezende, que com um braço só passava os
deveres de Matemática no quadro negro numa rapidez surpreendente e quando
chegava no final da lousa, com a mesmo braço, apagava tudo e continuava
escrevendo até terminar o exercício. Certa vez, fora da sala de aula, no
corredor do seminário, o Professor Waldir me surpreendeu, eu estava estudando
um texto em inglês no meu livro didático, de repente, ele o tomou de mim e
começou a traduzir fluentemente a lição. Fiquei boquiaberto vendo o conhecimento
que ele tinha sobre a língua dos britânicos.
Em tempo: Dona Carmen da
Silva Xavier morreu no dia 11 de fevereiro de 2001 na cidade de Leopoldina-MG., aos 111 anos.
Anibal Werneck de Freitas.