segunda-feira, 13 de setembro de 2021

DE COMO EU COSTUMO VER OS MORTOS NO MEIO DOS VIVOS, E EU NÃO SOU O ÚNICO.

Nasci em Recreio, MG, e, quando muito criança, meus pais me levavam muito ao Distrito de Conceição da Boa Vista, junto com o meu irmão mais novo, para visitarmos a minha avó, Ana. Pois é, no lugarejo, eu sentia que estava num outro mundo, tudo mudava dentro de mim, tinha a sensação da presença dos mortos, como se quisessem me mostrar a época em que estavam vivos, ou seja, o tempo em que Conceição era uma localidade muito importante na região, no século XIX, e, o mais interessante é que até hoje, eu continuo sentindo a mesma coisa. Acredito que não sou o único, e, só o recreiense nato sabe o âmago do que estou evidenciando. A coisa é tão forte que a última vez que estive em Ouro Preto, captei a mesma coisa, as casas, as pedras das ruas e as igrejas, tudo me mostrando os seus fantasmas. Como prova dos meus sentimentos serem verdadeiros, eu tenho a minha própria música que não me deixa mentir. Voltando a Conceição, não posso deixar de relatar a forte energia, neste sentido, da igreja e do seu cemitério, bem como a da igrejinha na pracinha, onde uma vez, meu pai mandou o Padre Higino celebrar uma missa pelas almas dos meus avós, e, confesso que tive a impressão de muita gente além do normal, na capelinha. Não foi a única vez que tive esta sensação. Certa feita, tocando, num casamento, na igreja da mesma localidade, observei o mesmo fenômeno. O cantor Fábio Jr., numa entrevista disse a mesma coisa mais contundente, "Nos meus shows, eu vejo sempre gente, além dos vivos"


. Acontece que não me assusto com isso, o mundo é como um grande computador, tudo que você deleta, continua nele. Até hoje não consigo esquecer, uma vez, tocando na boate de Pirapetinga, MG, na penumbra, eu vi um homem com mais de 2 metros, parado no meio do salão, como uma coluna do templo, olhando fixamente pra mim, coisa realmente assustadora, mais ainda, quando acenderam as luzes no intervalo, a estatura dos que estavam presentes era mediana. Pois bem, são coisas misteriosas que acredito um dia serem desvendadas pela ciência.

Anibal Werneck, 13.09.2021. 

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ORATIO AD SANCTO EXPEDITO