Expectativas, especulações,
rumores e ansiedade. Habemus Papam
(temos um papa) é a frase que em breve esperamos ouvir. Uma frase que traz
alegria ao povo católico, geralmente após a tristeza causada pela morte do papa
anterior. Neste caso, não há tal sentimento, entretanto, existem dúvidas sobre
quais foram os motivos que fizeram Benedictus PP. XVI (Bento XVI) renunciar a seu
ministério. Dúvidas que por muitas vezes são respondidas por teorias da
conspiração e fazem de algo que já aconteceu vinte e duas vezes, se tornar um
drama estilo Dan Brown ou uma visão
apocalíptica. Independente de as dúvidas e respostas, um Habemus Papam se ouvirá. Aqui se expõem alguns passos para eleição
do Papa e os desafios que ele enfrentará.
O famoso conclave (com chave em
português) é a reunião secreta para votação realizada na capela Sistina. O
conclave será composto por cento e dezessete cardeais que estão aptos para
votar. A idade é um critério para participar do conclave, somente cardeais
abaixo de 80 anos de idade podem votar. Dentre os cardeais que irão ao
conclave, tem cinco cardeais brasileiros. Dos cento e dezessete, nove serão
sorteados para o trabalho de contagem, recontagem e confirmação dos votos, pois
toda apuração também é realizada dentro do conclave. Os votos são escritos em
um papel branco e dobrado ao meio. Eleito o novo pontífice os votos são
queimados, e a fumaça branca que sai pela chaminé, resultado da incineração, é
um sinal para que todos os que estão fora do conclave saibam que um novo papa
foi eleito. Por fim: Habemus Papam! E
o nome do novo líder é pronunciado.
Obviamente ser líder da Igreja e
chefe de um Estado não é uma tarefa simples. Por isso, se destaca os desafios
para o novo Papa. Em um mundo pós-moderno com grandes confluências culturais, a
ortodoxia acaba perdendo espaço, fator que contribuí para a queda de fiéis na
igreja católica e nos protestantes históricos.
O grande desafio neste aspecto é como trazer um diálogo atual sem deixar
de lado a tradição que garante a identidade católica. Casos de pedofilia que
assombraram a igreja também é tema que deve ser enfrentado. Além disso, outras
demandas do mundo pós-moderno também entram em conflito: união homoafetiva e
métodos contraceptivos. Estes certamente são os mais críticos e possuem posicionamentos
cristalizados pela igreja há séculos, por isso, provavelmente não haverá mudança, porém o posicionamento
ponderado e amável de um Papa é o esperado. Um posicionamento radical ou
liberal pode provocar reações que prejudicarão a igreja e a liderança do novo
Papa. Uma situação extremamente complexa, reflexos de um mundo que muda
rapidamente e que questiona fortemente todas as instituições tradicionais.
Esperamos um Habemus Papam! E que o novo chefe de Estado do Vaticano, que também
é o novo líder da Igreja Católica Apostólica Romana, tenha muita saúde, paz e
sabedoria.
*Leandro Ortunes é graduado em Comércio Exterior pelo
UNIFIEO, especialista em Relações Internacionais (FAAP), especialista em
Ciências da Religião (PUC-SP), mestrando em Ciências Sociais (PUC-SP) e membro
do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do UNIFIEO - GECEU. E-mail
leandroortunes@uol.com.br
*Texto enviado pelo Lisquim.
*Texto enviado pelo Lisquim.
Obrigado pela publicação. Um grande abraço fraternal
ResponderExcluirAss: Leandro Ortunes