Neste tempo eleitoral é importante olhar com muita atenção
todas as notícias que aparecem na mídia, olhar com lupa, pois o jogo é pesado,
a neutralidade é só aparente. Sabem
aquela história do copo meio cheio ou meio vazio? Pois é, para a grande
imprensa o copo da Dilma sempre está meio vazio.
Em setembro o Estadão publicou editorial econômico destacando a venda de R$ 2 bilhões em títulos federais com deságio,
99,99% do valor de face. Por exemplo,
um título de R$ 1.000, vendido
por R$ 999,90, desconto de 10 centavos. Conclusão do jornal, tal fato “indicava
uma piora na percepção dos investidores quanto à condução da política fiscal”,
o mantra do conservadorismo contra o atual governo. Se o título fosse vendido
por R$ 1000,10, haveria editorial para informar a melhora nesta percepção? Nem
pensar, pelo ridículo que seja!
A Standard & Poor’s classificou a percepção de risco da
Irlanda, cuja dívida é de 450% do PIB como A- (quase sem risco) , a Espanha com
dívida de 300% do PIB teve sua classificação melhorada passando para BBB,
enquanto o Brasil com dívida liquida de
33,8% do PIB (bruta de 66,16%) e a
quinta maior reserva financeira do mundo,
teve seu rating rebaixado de
BBB para BBB-. Sentiram o drama?
Quando o governo brasileiro se
posicionou de forma firme contra mais um massacre de palestinos em Gaza, para
muitos consequência direta da oposição de Israel contra a união entre os
movimentos Hamas e Fatah (a grande maioria dos cerca de 2.200 palestinos
mortos, eram crianças e civis; enquanto
dos 73 mortos do lado de Israel, 66 eram soldados e 7 civis), a intempestiva reação israelense (citando a
derrota brasileira para a Alemanha por 7x1, como se uma guerra devesse ser
tratada como um jogo de futebol) , levou
“grandes” articulistas conservadores a desancarem o governo: como, só ver um
lado? Logo a seguir a ONU condenou quase por unanimidade Israel(investigação de
crimes de guerra) e mais recentemente o
próprio governo Israelense se desculpou
pela reação estapafúrdia . Alguém fez mea culpa? Espere sentado!
A Petrobras em junho recebeu do
governo Dilma o aval para explorar mais
quatro áreas do pré-sal da Bacia de Santos, sem licitação, o que é permitido pela
lei de partilha. A grita foi grande, o objetivo precípuo: desgastar o governo.
Afirmou-se que os R$ 2 bilhões iniciais pagos, ainda em 2014, teriam o objetivo
de garantir o superávit primário
(poupança do governo para pagar os juros da dívida pública), prejudicando a
empresa. Ledo engano, pois se fosse licitação a empresa deveria desembolsar R$
15 bilhões imediatamente, e não a perder
de vista, como agora. Com a nova área a empresa passa a ter reservas abaixo apenas
da russa Rosneft, por volta de 30 bilhões de barris. Segunda maior reserva do
mundo! Evidente que os olhos gulosos das aves de rapina internacionais e seus
comparsas nacionais estão de olhos grandes nessas reservas e na própria
empresa. Não à toa, boa parte da oposição é contra o regime de partilha. Afinal
se há tantas criticas como as acima, ou são equívocos de boa fé, ou há muitos
grandes ($$$) interesses contrariados. Por estas e outras, no segundo turno,
cravo, claro, Dilma!
Antônio Carlos
Roxo, economista pela UFJF, mestre pela UFMG, doutor pela USP, é coordenador do
curso de Comércio Exterior e Negócios Internacionais e membro fundador do Grupo
de Estudos de Comércio Exterior e Relações Internacionais do UNIFIEO –
GECEU. È, também, membro fundador do CICERO – Comitê de Incentivo ao
Comércio Exterior da Região Oeste.
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